Com dívida de R$ 100 milhões, prefeita de Jarinu busca gestão alternativa

Há cinco meses no comando da Prefeitura de Jarinu, Débora Prado, não enfrentou apenas a crise da pandemia do novo coronavírus. Ao participar do Entrevista Novo Dia, a prefeita revelou que assumiu o cargo com uma dívida de aproximadamente 100 milhões, 70 milhões referentes ao INSS (Instituto Nacional de Seguro Nacional) e 30 milhões de FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).

“Na transição fomos informados de que esta dívida seria de 95 milhões, mas encontramos um débito de 100 milhões, inclusive com o desconto na folha de pagamento do servidor que não foi repassado para os órgãos competentes. Ou seja, uma situação de imprudência administrativa do passado”.

Embora com uma projeção orçamentária de 144 milhões, o trabalho da prefeita agora é regularizar a situação do município que se apresenta com a Certidão Negativa de Débitos (CND). “Hoje Jarinu enfrenta dificuldades de compras, pois não consegue participar de nenhum processo licitatório. O município é visto como um mal pagador”, lamenta.

Falta dinheiro, sobra dívidas e a administração ainda trabalha para manter a infraestrutura existente. “Jarinu possui 600 quilômetros de estradas vicinais e enfrentamos um problema sério de sucateamento da máquina pública”.

Jarinu e a pandemia

Jarinu possui a Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (CROSS) em Jundiaí e Atibaia, mas a prefeita buscou, para aumentar os leitos de enfermaria e UTI, firmar convênio com o Hospital de Clínica de Campo Limpo Paulista Paulista. 

“Hoje é para o HC que encaminhamos os pacientes de Covid. Então, existe o convênio Jarinu, Campo Limpo Paulista, Várzea Paulista e Jundiaí que permite dar uma atenção especial a estes pacientes”. Segundo o convênio foram ofertadas no HC de Campo Limpo, de 15 a 23 vagas de enfermaria e 10 de UTI. 

Jarinu viveu um momento crítico em março, com atendimento de 80 casos suspeitos por dia. “Hoje a situação ainda é complicada, mas com um número menor de pacientes com sintomas, de 25 a 30 atendimentos diários”, compara.

A prefeita garante que o município reforça o monitoramento já de olho na suposta terceira onda. “Apesar de todos os cuidados, insistimos que a única forma de combate eficiente ainda é o uso da máscara e álcool em gel, evitar a aglomeração e tomar a vacina”.

Educação

Apesar do decreto que previa a retomada das atividades escolares, Jarinu, assim como muitos municípios do Estado de São Paulo, classificados na fase vermelha emergencial exigiu a suspensão das aulas. “Internamente as escolas continuam funcionando, mas ficamos impedidos de realizar os processos licitatórios, o que não nos dá condições de manter projetos”, explica.

Débora se diz favorável a retomada das aulas gradativas, desde que seguindo todos os protocolos de saúde. “Sabemos quanto tem sido difícil para os pais e para as crianças permanecer em casa. Cresce de forma assustadora os distúrbios emocionais em crianças que desde o início da pandemia estão com atividades pedagógicas limitadas”, reconhece.

A prefeita lamenta que ter sido obrigada a interromper as licitações,impossibilitou Jarinu e Louveira a retomar as aulas por falta de estrutura. 

“Esta é mais uma dos efeitos que o município enfrenta, após ter se deparado com uma limitação financeira. “Quando assumi, em janeiro, sabia que não seria fácil, mas o meu compromisso é trabalhar com responsabilidade na gestão do dinheiro público”, conclui.  

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