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domingo, 5 maio, 2024

Editorial: Escola deve discutir política?

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Há quem entenda que não. Há quem defenda que escolas devem se ater ao ensino puro e simples do pobre currículo recomendado pelo Ministério da Deseducação. Há quem critique a disciplina OSPB (Ordem Social e Política Brasileira) ensinada há mais de trinta anos. Há quem a defenda.
Em partes: professores não devem incutir na cabecinha de seus alunos sua ideologia particular. Mas têm obrigação de ensinar seus alunos pensar. E alunos só pensam que a eles forem mostrados fatos históricos, ideologias, modelos políticos. Proibir professores dessa prática é no mínimo questionável e contraproducente.
Nos primeiros anos de estudo há a limitação natural da idade. Seria idiotice ensinar a crianças da pré-escola as diferenças entre os pensamentos e idéias de Karl Marx e Max Weber. Idiotice e perda de tempo. Mas o amadurecimento natural desses indivíduos, que passam para a adolescência, permite algumas comparações e relatos históricos.
Na fase adulta, quando se presume que a maioria esteja cursando o Ensino Superior, o debate precisa ser mais aprofundado, mais consistente. Debate, discussão, não lavagem cerebral. E política não é a sujeira que temos hoje. É algo mais nobre, que infelizmente é deturpado, usado, achincalhado e menosprezado pelos políticos.
A maioria dos políticos não faz política. Faz negócios. Troca favores. Não interessa a esses políticos que a juventude esteja mais preparada a enfrentá-los e questioná-los. A não adoção de certas práticas dentro da escola leva ao raciocínio que havia até há alguns anos. Questionava-se o porquê de um futuro médico precisa aprender Matemática.
Simples. De que adiantaria ser um excelente médico se não soubesse fazer contas? Ou que não soubesse administrar seus ganhos por não estar familiarizado com número? Questionava-se também o porquê de haver nos vestibulares prova de redação. Simples também: quem não consegue transpor uma idéia para o papel, escrevê-la, certamente tem muita dificuldade de expressão. O que o tornará um péssimo profissional.
Escolas devem discutir de tudo. Não devem se limitar ao currículo capenga, nem fazer de seus alunos somente uma fonte de renda. É negócio, precisam ter lucros. Mas têm obrigação de ensinar, além das disciplinas consideradas obrigatórias, seus alunos pensar.
Bom lembrar também que líderes políticos sempre surgem nas escolas, principalmente em centros acadêmicos. Alguns destacam-se mais cedo, organizando protestos quando necessário, procurando diretores e exigindo mais. Outros destacam-se mais tarde, com o despertar da consciência de que não é preciso aceitar tudo do jeito que lhes é jogado goela abaixo.
Se líderes surgem assim, por que castrar as gerações de agora e as futuras dessa oportunidade de discutir e pensar? Ignorância interessa somente a quem tem intenção e vontade de manipular. No mais, vale o velho dito, de que a prática leva à perfeição. Principalmente a discussão de idéias.

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