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domingo, 5 maio, 2024

Editorial: Inimigos do silêncio

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O silêncio é agradável. Ajuda pensar, traz tranquilidade, paz. O barulho irrita, atrapalha, provoca estresse. São afirmações mais que provadas ao longo dos séculos – não é coisa da ciência atual. Mesmo assim há imbecis suficientes (pelo menos em Jundiaí) que travam guerra contra o silêncio.
O excesso de barulho é, além de tudo, um desrespeito ao próximo. É falta de educação, mostra de atraso e ignorância. Há barulho provocado pela preguiça – antes pedreiros cortavam pisos e azulejos com um instrumento de vídia. Hoje quase todos usam máquinas barulhentas, irritantes, que além de barulho fazem pó.
Há barulho provocado por ignorantes de forma indireta, como donos de cachorros que os abandonam em suas casas e apartamentos. São cães estressados, maltratados, que provavelmente sentem solidão e latem sem parar. Que se danem os vizinhos. No final da tarde, quando o dono voltar, se contentará em afagar e colocar um pouco de ração.
Latiu o dia todo? Chorou o dia todo? Pouco importa. O dono estava longe e não ouviu. Os vizinhos incomodados que se mudem. É assim que pensam. É assim que agem. E se alguém reclamar, terão sempre um argumento tosco: você não gosta de animais.
Há outros trogloditas que têm prazer em fazer barulho. Normalmente dirigem carros rebaixados, alguns caindo aos pedaços, enferrujados, mas com equipamento de som suficiente para acordar até cadáveres. Vale mais o equipamento de som do que o próprio carro. E desfilam com suas músicas idiotas, com o pancadão, obrigando todos os que estão próximos ouvir a porcaria que é a razão de sua existência.
Há barulho dos caminhões de gás. Insistentes e irritantes, passam várias vezes por dia na mesma rua, como se o volume de seus falantes fossem atrair clientela. Há casas comerciais que contratam carros de som para expor suas ofertas. Pagam para alguém fazer barulho por elas. E, além de tudo, fazem mal feito.
Há outros imbecis que insistem em roncar suas motocicletas. Acham bonito o ronco. Acreditam que assim mostram que estão em cima de algo potente. Talvez seja por isso que muita gente ri quando vê algum desses idiotas caídos, acidentados. Pelo menos deixará de fazer barulho enquanto a motocicleta estiver no conserto.
Pior de tudo – ninguém fiscaliza. Motocicletas e carros barulhentos podem ser multados e recolhidos. Não é permitida a alteração das características originais de veículos, prevê a legislação. Caminhões de gás também podem ser multados por excederem nos decibéis. Mas nada acontece.
Donos de cachorros, tão mal educados quanto os próprios, também podem arrumar dor de cabeça. Basta denunciar. Duas vezes, por sinal. Uma por incomodar a vizinhança, e isso dá encrenca em delegacia de Polícia. Outra por abandono do animal, e consequente maus tratos. Coisa da lei ambiental. Mas enquanto nada disso acontece, o melhor que se pode fazer é enviar a cada sujeito mal educado, ignorante e barulhento o que ele realmente merece – um fardo de alfafa.

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