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sexta-feira, 3 maio, 2024

Editorial: Criatividade e bizarrice

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Donde surgem tantos nomes estranhos? E quem são os autores dessas pérolas? Difícil saber, exceto parte dos usados pela Polícia Federal em suas operações, batizadas com os que têm afinidade com o propósito. Mesmo assim, deve haver alguém dentro da PF muito criativo. E ultimamente tem trabalhado muito – não passa semana sem que a Federal faça seus rapas por aí.
Mas nada supera a criatividade dos laboratórios farmacêuticos. Todo mundo está curioso para saber quem criou esse nome: paracetamol. Mais ainda para conhecer o padrinho que batizou a dipirona. Dipirona agora tem sobrenome também- pode ser sódica ou monoidratada. E o cloridrato de fenilefrina? Seria do mesmo autor do maleato de bronfeniramina?
Algumas dessas substância soam como palavrões. Alguém já experimentou xingar alguém de ácido ascórbico? Alguém já disse a uma mulher que ela se parece uma felinefrina? Alguém já sentiu meio barbitúrico? Ou, digamos, propilparabeno? Nada que confunda com ciclamato ou sorbitol.
Passada a fase do batismo, vem o da crisma – os laboratórios precisam de nomes comerciais para mostrar seu produto ao público. Nomes que convençam, que estimulem a venda. Alguns tão óbvios e diretos que dispensam explicações. Doril, por exemplo, só pode ser remédio pra dor. Mas, e Dorflex?
Seria algo que serve para diversas dores. Carros flex usam mais de um combustível, logo Dorflex deve ser coisa do gênero, concluem os hipocondríacos. Bem menos confuso do que Sinvalip, que pouca gente sabre pra que serve. E o que fazer com Mebendazol ou com Clopidogrel?
Voltando aos óbvios, quem teve idéia de batizar o Anador deve ter prestado homenagem a alguém com esse nome. Alguém que gostava muito de alguma Ana, ou conhecia alguma Ana hipocondríaca. Amoxilina talvez seja um caso de amor. Ou remédio para corações partidos.
Sal de fruta não dá pra entender. Sal é sal e ponto final, seja Eno ou Sonrisal. Leite de magnésia é outra história mal explicada. Leite é leite, seja de vaca, de cabra ou de búfala. Nada tão óbvio e explicável como o óleo de fígado de bacalhau. É óleo de fígado e pronto. E todo mundo sabe o efeito de Xenical, embora não se saiba donde saiu isso. Lacto-purga é mais explicável. Puro purgante mesmo.
Não adiante pensar muito e tentar saber a origem dessas pérolas. Ou encontramos uma quantidade absurda de literatura inútil ou nada. Vai exigir tanta paciência que talvez acabemos com uma dor de cabeça. Perdão, agora é cefaléia. Que pode ser tensional,  cervicogênica ou hemicrânia. Só escolher.

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