Justiça está cada vez mais intolerante com pedidos exorbitantes e infundados de trabalhadores e maus advogados
Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), as causas trabalhistas ocupam o segundo lugar entre os processos da Justiça brasileira. “A taxa de desemprego em 11% e a demora de cerca de dez meses para uma recolocação profissional impulsiona os trabalhadores a buscarem o processo como forma de reparar algum direito e também de conseguir algum recurso”, afirma o advogado jundiaiense Mark William Ormenese Monteiro.
Caso o colaborador se sinta lesado por algum descumprimento da lei por parte da empresa, a primeira orientação é mostrar o ocorrido ao empregador, sobretudo se ainda estiver empregado. “Muitas vezes, erros são cometidos por desatenções. Além disso, pressionados pelo tempo, pelo excesso de subordinados diretos ou por falta de hábito, executivos deixam algumas obrigações passarem. Se o processo for mesmo a decisão do trabalhador, ter documentos escritos e testemunhas é o ideal”, orienta o advogado.
O número de processos trabalhistas no Brasil teve aumento de 12,3% em 2015. “Se por um lado, o trabalhador busca recursos, pequenas e médias empresas não têm conseguido pagar as verbas rescisórias. Muitas preferem que o empregado vá à Justiça do Trabalho para que possam ganhar tempo. Além disso, evitam uma negociação direta, e conseguem parcelar o valor. Infelizmente, a contratação de trabalhadores sem registro e sem cumprimento de obrigações vai fazer aumentar ainda mais o volume de ações em 2016”, prevê Mark William.
Segundo o advogado, cada vez mais a Justiça Trabalhista está intolerante com pedidos exorbitantes e infundados. “O trabalhador deve recorrer à Justiça sempre que seus direitos forem violados. Porém, apenas quando forem violados”, alerta.